Professora Lizandra Andrade Nascimento fala sobre o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio

Nesta quinta-feira, 10 de setembro, transcorre o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. A data busca promover a reflexão das pessoas sobre este problema de saúde que impacta o mundo todo.

Este ano, a campanha preconiza que é preciso agir. Conforme a psicóloga e professora da URI – São Luiz, Lizandra Andrade Nascimento, a sociedade precisa se articular para encontrar formas de refletir sobre o tema. Uma das necessidades é compreender que falar sobre o suicídio não aumenta a possibilidade do ato, ao contrário, é uma forma de sensibilizar para que as pessoas possam saber como ajudar.

“O suicida não quer acabar com a vida, ele quer acabar com seu sofrimento”, explica Lizandra. A psicóloga elenca como fatores de risco o abuso sexual na infância, pessoas que recentemente estiveram internadas por questões psiquiátricas, doenças incapacitantes, episódios de impulsividade ou agressividade, histórico de suicídio na família, doenças mentais e momentos como o que estamos vivenciando de isolamento social. “Há aumento de ansiedade das pessoas por estarem privadas da convivência social”, destaca.

Lizandra também comenta que é preciso estar atento aos jovens. Ela lembra que no ano passado surgiram muitos episódios de automutilação após desafios nas redes sociais e que estes atos perigosos representam fatores de risco.

São considerados fatores de proteção a ausência de doença mental, auto estima elevada, bom suporte familiar, capacidade de adaptação positiva, ou seja, capacidade de passar por problemas e sair fortalecido, ter bom emprego, realizar pré-natal, laços sociais bem estabelecidos e uma relação terapêutica positiva.

Ela revela que este ano se constitui como marco referencial para estudar a importância da religiosidade e da espiritualidade para a saúde. “A fé guia nossos passos e dá esperança de dias melhores, pois sem isso dificilmente a pessoa vai encontrar sentido para sua existência”, comenta Lizandra. A psicóloga também revela fator interessante que é a presença de crianças em casa ou por perto, pois elas representam o futuro, nova vida e o recomeço.

Por fim, a orientação é estender a mão aos nossos familiares e amigos e “sempre oferecer nossa escuta sensível, sem julgar e sem minimizar os problemas do outro. Só o dono da dor sabe o quanto dói”.

Precisa conversar? Conheça o Centro de Valorização da Vida (CVV). Ligue 188. Em caso de emergência chame o 192.

Ouça o áudio da entrevista. Conheça também o nosso Projeto Bem-Viver, um espaço que fala de saúde mental (acesse aqui)


Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *