Interdisciplinariedade: um novo olhar sobre a aprendizagem

 

Luciane de Oliveira[1]

Jerusa Dutra[2]

 

No Brasil a interdisciplinaridade chegou no fim dos anos 60 com sérias distorções. A primeira produção significativa foi de Hilton Japiassu, na qual o autor apresentava os principais questionamentos a respeito da temática e seus conceitos, fazendo uma reflexão sobre as estratégias interdisciplinares, baseada em experiências realizadas naquele período. (KIVITS; KOHATSU; COELHO; BARROCAS, 2016).

Para o autor (1976, p.74) “a interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto”. Neste sentido, a perspectiva não é diluir as disciplinas, ao contrário, estabelecer uma interação entre duas ou mais disciplinas, o que resultará em intercomunicação e enriquecimento recíproco. (SANTOMÉ, 1998).

As ações interdisciplinares destacam-se, ainda mais, quando permite atingir os propósitos da Educação contemporânea, segundo os pilares citados pela UNESCO: aprender a ser, aprender a fazer, aprender a viver juntos, e aprender a conhecer. Estes eixos têm por objetivo nortear a política educacional através de ações permanentes que visem à formação do educando como pessoa e como cidadão na sua integralidade (FORTES, 2012).

Neste sentido os professores devem buscar um lugar de trabalho em comum na busca de interação, entre duas ou mais disciplinas de temáticas diferentes, proporcionando que estas dialoguem entre si, possibilitando ao aluno diferentes olhares de um mesmo fato.

Diante de tais exposições a acerca do tema, a URI São Luiz Gonzaga, como um lugar legítimo de aprendizagem e de construção de conhecimento, tem buscado nos mais variados cursos o exercício desta metodologia, como é o caso das disciplinas de Língua Portuguesa e Metodologia de Pesquisa no Curso de Ciências Contábeis e Teoria Geral da Administração I e Empreendedorismo e Formalização do Negócio no Curso de Administração.

Dessa forma busca-se “religar os conhecimentos” sem destruir as disciplinas, propondo formar alunos críticos diante de uma diversidade de conhecimentos, com uma visão holística e contextualizada, preparados para um mercado de trabalho altamente competitivo.

Utilizando conhecimentos de várias áreas é possível compreender um problema, buscar soluções, entender um fenômeno sob vários pontos de vista objetivando sempre dar sentido em distintos contextos.

A interdisciplinaridade, apresenta-se como um instrumento que pode acarretar interconexões e passagens entre os conhecimentos através de relações de complementaridade e não de divergência. Ademais, ela abre as portas para a contextualização, ou seja, ao pensar um problema sob vários pontos de vista, com ementas distintas e profissionais com propostas conjuntas, criam-se melhores condições para que haja aprendizagem significativa desde o início do meio acadêmico.

 

[1] Professora do Curso de Administração e Ciências Contábeis da URI-SLG. E-mail:luciane@viacom.com.br

[2] Professora de Língua Portuguesa da URI-SLG. E-mail: jerusadutra@hotmail.com


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