Projeto Poetas da URI – SLG : Inspiração Missioneira

A Escola de Educação Básica da URI – SLG realizou o projeto Poetas da URI – SLG : Inspiração Missioneira, coordenado pela Professora Rosinéia Izac Zorzo, oportunidade que os alunos escreveram poesias nesta Semana do Gaúcho. Acompanhe:

 

Semana Farroupilha

 

Senhores, vou lhes contar

Como a Semana Farroupilha surgiu

Que todo gaúcho ama

E tem orgulho de demonstrar

 

Todos sabem que essa semana inicia

Com o acendimento da chama

Que fora retirada de uma centelha da pátria

Hoje, uma tradição pra cultivar

 

Eram oito jovens gaúchos

Na liderança Paixão Cortes

Que foram mais uma vez

A tradição demonstrar

 

No Julio de Castilhos estudavam

Onde foram a chama levar

Ficando conhecido como 1ª ronda gaúcha

Para hoje Semana Farroupilha chamar

 

De Grupo dos Oito foi batizado

É impossível de esquecer

Além da Semana Farroupilha,

Trouxeram cultura pro Rio Grande crescer!

                                                                           Fernanda Nicola – 9º Ano

 

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Guerreando Lembranças

 

Olho para o horizonte

E vejo o sol em seu brilho majestoso,

Pondo-se atrás da aguada.

Sorvo um amargo de parceria ao Tempo

A cor do entardecer me traz lembranças de adagas

Lembranças das quais não gosto de recordar.

Tudo começou por causa de duas

 

Nos meus olhos, cruzam imagens que vi

Me vem calafrios de tudo o que senti

Cruzando entre sangue e defuntos,

Vitimados das guerras e revoluções.

 

 

Chamadas “Ibéricas”.

Que decidiram, e por decidir,

Expulsaram os índios de seu Yvi Maray

 

 

Um combate de 300

Dois impérios em suas grandezas

Contra apenas sete reduções.

Destruindo as sagradas missões

Erguidas numa terra que era deles!

Trazendo tristeza para as famílias

Trazendo a indagação do porquê para os filhos

 

35

A Ganância deu sua cara a tapa

Despejando sua sede por ouro e sangue

Nos corpos fracos e cansados dos farrapos

 

Cisplatina, Paraguai

Todas com a mão da Rainha Ganância

Com sua sede por sangue e ouro

Trazendo com sua voz de veludo

O ódio, a discórdia entre os homens

Fazendo-os querer cada vez mais.

 

Federalista em 93

A rainha se banhou no sangue das degolas

Colocando Latorre como seu ceifador

Que com apenas uma faca

Deu alegria a sua majestade

E deixou a dor para as viúvas e órfãos.

 

Em 23 não foi diferente

Simplesmente por cargos e posses

Foi derramado sangue inocente

Os quais seguiam seu ideal

Tal ideal, que talvez, nem sabiam ao certo qual era.

 

 

 

Em todas elas eu estive

Em todas elas me fiz presente

E o tempo me levando cabresteado

Do nascer ao morrer de cada batalha

 

Pra que tudo isso?

Por que derramar sangue inocente?

Por que a guerra?

Simplesmente para dar de comer e beber a Rainha Ganância

Com o doce sabor de ouro e sangue?

Transformando dor e sofrimento em comédias de improviso

Vividas por palhaços num picadeiro de angustias e tristezas

 

O sol já se pôs

Então sorvo meu último amargo

Ainda vejo o sorriso macabro da Rainha nas guerras

Ainda vejo e sinto a dor dos que perderam irmãos, filhos, maridos, pais

 

 

 

O sol já se pôs

Então olho para o céu

Me perguntando se esta é a minha sina!

Ver o que vi, sentir o que senti

A sina de apenas cavalgar pelos tempos.

 

 

O sol já se pôs

Está na hora de partir, mas partir para onde?

Eu e o tempo, em nosso silencio, despacito campo afora

Acompanhamos tudo

Esta é a nossa sina

Esta é a nossa prisão!

 

Bryan Leal de Melo – 9º Ano

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Saudade

De vereda o sol clareia
Boto fogo na lareira
Perco as estribeiras
Por estar sozinho no rancho

Ao ver a tapera silenciosa
Vem uma nostalgia infinita
Saudade daquela senhorita
Que me deixou e foi embora

Velho chomisco,
Que saudade da percanta
Não nego isso,
Confesso ela me encanta!

 

Ana Bárbara Fernandes
1ª série E.M.

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O Gaúcho Contra-Ataca

 

Daqui da minha terra

Vou lhe contar uma história

De quando estava na lida

E fui atacado por uma jiboia

 

Estava voltando do campo

E descarregando um caixote

Quando ouvi um ruído estranho

E uma jiboia me deu o bote

 

Quando ela atacou num pulo

Desviei-me rapidamente

Saquei logo minha adaga

Pois um dia, já fui combatente

 

 

 

Logo a matei

E dela retirei o couro

Para fazer uma bainha

Para minha faca de ouro

 

 

Agora termino minha história

Embora ela seja verdade

Não maltrato nenhum animal

Pois isso é muita maldade.

 

Franco Morais Garay – 1ª Série E.M

 

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Amante da tradição

 

Ser gaúcho o que é?

É amar a tradição

É gostar de chamamé

Crer nos deuses guerreiros

Ter no peito sua fé

“Esta terra tem dono”

Já dizia o índio Sepé

O sol nasce para todos,

Mas no Sul é especial

Nos campos verdes afora,

Há cavalos troteando

O gaúcho tem costume

De usar espora e mango

Diante do perigo,

Enfrenta seu inimigo

Este povo tem cultura

Mesmo de forma dura

Com a vida aprendeu.

 

 

Kévine Ferreira dos Santos – 2ª Série E.M

 

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Gaúcho trabalhador

 

Acordo depois de um sonho

Que me faz voltar ao passado,

Recordo dos antigamente

Para aos poucos voltar ao presente

 

Com a agricultura forte

E pecuária pujante

Para colher os frutos

Plantados em solos itinerantes

 

Limpa o suor na testa

Molhada por um dia mais de lida

Trabalho importante, pra ver a canola florida.

 

Vitória Lermer Bicca – 2ª Série E.M

 

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O Desabrochar Do Campo

 

Na alvorada o aroma dos brincos- de- princesa ao desabrochar

Grama verde, seu orvalho é como agalma

Quero-queros cantam como nunca se ouvira antes

A serenidade do campo encanta, enriquece a alma

 

O vento sopra dentes- de- leão

Um milhão de sementes vagam pelo ar

A esperança enche os olhos do peão

O céu é o veludo azulado que ninguém pode explicar

 

O sol no Rio Grande brilha como diamante

A beleza é tanta que transborda emoção

Os pampas acolhem o coração viajante

 

O crepúsculo cai sobre o horizonte sem hesitar

A paz está nos campos não há cogitação

Animais voltam a se abrigar, mais uma noite, um luar!

 

Eduardo Reiman Steglish – 2ª Série E.M

 

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Herói Missioneiro

 

 

Foi em 1750

O Tratado de Madri

Quando as terras eu perdi

Tudo isso não esqueci

 

Índio guarani, português e espanhol

Aquela terra tinha dono

Não pensava em abandono

A guerra foi violenta

 

No meio, um herói

Eu, Sepé Tiaraju

À frente das forças missioneiras

Meu sangue pela liberdade

 

Aquela lança maldita

Um momento que me corrói

Os Sete Povos destruídos

Isso ainda me dói.

 

Marcela Foletto Moura 3ª Série E.M

 

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O gaúcho ignorante

 

 

O gaúcho do Rio Grande

Anda sempre bem pilchado

Comendo carne de gado

No churrasco tradicional

Se achando monumental

Toma o mate com a indiada

Mas tem a cabeça fechada

Pra orientação sexual

 

O gaúcho missioneiro

Tem filho homossexual

Na expectativa: bagual

E a realidade é diferente

“Não é orgulho pra gente”

Foram essas as palavras

E a cria choramingava

O olhar do pai descontente

 

O gaúcho revoltado

Começou o arranca-rabo

Ficou bem louco de brabo

Pois saiu do armário o filho

Pena ser um empecilho

A homofobia constante

Que falta de amor gigante

Foi esse puxão de gatilho

 

O gaúcho entristecido

“Encilhou” seus preconceitos

Agora não tem mais jeito

Já se fez a barbaridade

E aprendeu na tragicidade

Hétero, gay, é tudo igual

Pois não é questão de moral

A sua sexualidade.

 

Júlia Urach 3ª Série E.M

 

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De Rancho e Saudade

 

Quando me ausento do rancho,
Tristonho ele se encontra

Quando volto da lida.

 

Cevo um mate amargo,
Pra tomar com a china,
E então o rancho se anima.

 

Ali, eu, o cusco e a prenda,
O mate guerreiro e um cachimbo,
Que foi de um primo índio,
Dão calmaria a minha alma.

 

E o rancho? Ah, o rancho…
Nunca vi tão sereno.

 

Andressa Dalenogare 3ª Série E.M

 

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