1 Dinara Bortoli Tomasi
2 Tatiana Moreira Wesz
Nos últimos anos, muito se tem falado em crise ambiental e, também, sentido as consequências provocadas por modificações abruptas do mundo natural. Estamos vivenciando uma realidade de extremos, excessos de chuva em algumas regiões e secas em outras, frios rigorosos e calor escaldante. As altas temperaturas registradas nesses últimos anos, de modo especial em 2015 e início de 2016, têm sido uma confirmação de que o Planeta está desequilibrado.
Alterações na estrutura e funcionamento dos sistemas naturais da Terra representam, sem dúvida, uma ameaça para a saúde humana e para a vida das demais espécies. Atualmente, a crise ambiental é percebida, pela maioria da população, como resultante da ação antrópica, caracterizada pela produção e consumo sem limites. Os impactos do desenvolvimento científico e tecnológico, cujos produtos são consumidos em velocidade cada vez maior são observados, especialmente, na destruição dos recursos naturais, provocando desequilíbrios ecológicos.
Vivenciamos uma crise socioambiental decorrente da relação pouco equilibrada da sociedade humana com a Natureza.
Diante dessa realidade, torna-se necessário desenvolver ações voltadas ao enfrentamento dos elementos e dos fatores precipitantes dessa crise. A principal delas relaciona-se à questão do consumo, exigindo a proposição de estratégias de sensibilização da comunidade quanto ao consumo racional dos recursos naturais.
Acompanhando o processo sócio histórico e de alerta às demandas ambientais, a URI São Luiz Gonzaga muito se preocupa com a melhor qualidade de vida das presentes e futuras gerações. Logo, enquanto Universidade Comunitária, comprometida com o contexto em que se insere, objetiva estudos e propostas que oportunizem o (re)pensar sobre o local/global nas mais diversas esferas da ciência. Entre tantas ações promovidas, em agosto de 2015 começou realizar a Pesquisa de Iniciação Científica intitulada “A cidadania em prol do meio ambiente: mais sustentabilidade, menos consumo”.
No decorrer do percurso investigativo dessa pesquisa, tem-se a pretensão de elaborar um breve histórico do destino dos resíduos domésticos produzidos pelos moradores de São Luiz Gonzaga e dos demais municípios fazem parte da microrregião em que estamos inseridos. A partir da verificação “in loco” das diferentes realidades, pretende-se conhecer o destino que está sendo dado, atualmente, aos resíduos domésticos. A partir desse mapeamento, espera-se
sensibilizar a comunidade para um consumo consciente de produtos que causam impactos ambientais, buscando minimizá-los.
Paralelamente, pretende-se construir um referencial teórico a respeito dos impactos ambientais causados pelos resíduos domésticos, ampliando conhecimentos acerca da importância da gestão racional da natureza, buscando-se a transformação das relações com o ambiente. Isso requer, em primeira instância, o comprometimento da sociedade humana, como um todo, na defesa dos recursos naturais, responsabilizando-se pelo cuidado do local que, pela própria dinâmica do ciclo natural da vida, terá repercussão no mundo.
É imprescindível, enquanto Universidade, oportunizar a reflexão sobre os hábitos de consumo da população, possibilitando que as decisões sejam tomadas a partir de posturas conscientes, optando-se pelo que é necessário e sustentável, ao invés da aquisição de supérfluos e do consumo exacerbado dos recursos naturais, posto que são finitos.
Para tanto, a Educação Ambiental, enquanto saber construído social e interdisciplinarmente, deve instigar a busca de um mundo viável para presentes e futuras gerações, incluindo a todos nesse processo, na condição de partícipes
esclarecidos e engajados na construção da sustentabilidade.
A formação de outra consciência não acontece por decreto. As pessoas precisam se sensibilizar da necessidade de mudar a realidade que aí está. Faz-se necessário, iniciar para alguns e intensificar para outros, um processo de conscientização na conquista de resultados positivos para a sustentabilidade, antes que seja tarde demais.
Urge que uma nova visão de mundo ganhe cada vez mais espaço entre nós e que as pessoas busquem a melhoria da qualidade de vida, a partir de um novo estilo, em que o consumo consciente prevalece em relação ao desperdício dos
recursos naturais e da degradação ambiental.
Diante desse cenário de crise socioambiental, precisamos ampliar os espaços de discussão a respeito do cuidado com o ambiente e fortalecer a apropriação de saberes sobre atitudes racionais diante dos hábitos de consumo.
Frente ao mundo moderno em que as informações circulam cada vez mais rápido, temos acesso às notícias que vinculam dados e números alarmantes sobre as condições da Natureza. No entanto, o que nos falta, enquanto sociedade humana, é uma mudança de atitude: repensar a nossa contribuição para a sustentabilidade no Planeta.
Ser sustentável não é aderir à moda, mas sim às necessidades!
1 Professora de Biologia da URI – São Luiz Gonzaga. Orientadora do Projeto de Pesquisa.
2 Acadêmica do Curso de Direito – Bolsista do Projeto de Iniciação Científica “A cidadania em prol do meio ambiente: mais sustentabilidade, menos consumo” – PIIC/URI.
Deixe um comentário