NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E ASSESSORIA SOBRE GÊNERO

Valeska Brandão Birck- acadêmica do 3º semestre do Curso de Direito.URI/SLG

Drª Sonia Bressan Vieira-Professora orientadora.URI/SLG

 

 

Uma proposta de reflexão e assessoria:

 

NÚCLEO INTERDISCIPLINAR DE ESTUDOS E ASSESSORIA SOBRE GÊNERO

Nas últimas décadas conceitos como o de mulher, gênero e relações de gênero têm sido trabalhados, de forma intensa, na maioria das universidades brasileiras.

Nesse sentido, frente à importância da temática que é sempre atual, relevante e presente em todas as esferas do cotidiano da sociedade, a URI São Luiz Gonzaga aprovou, no ano que passou e está em fase de implantação, um Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Assessoria sobre Gênero por entender que uma educação superior de qualidade está atrelada a busca da igualdade entre os seres humanos e a valorização da diversidade na sociedade brasileira, a qual deve buscar a redução da desigualdade de gênero, e o enfrentamento da violência, do preconceito e da discriminação. Assim sendo, o projeto propõe tornar visível a questão de “gênero” na universidade e na sociedade, como espaços de afirmação de cidadania (2017, p. 3).

Observa-se que no universo acadêmico não são poucos os estudos e pesquisas que demonstram que o tema “mulher” foi utilizado como investigação acadêmica nas últimas décadas do século XX, tendo a década de 70 sido marcante nesse sentido. Porém, observa-se que esta categoria de estudo foi, a partir dos anos 80, cedendo lugar a um novo olhar nas pesquisas, intensificando-se nos anos 90 uma nova categoria de análise denominada “gênero”. Nesse sentido abriram caminho as feministas americanas que, de forma contundente, começaram a resistir o enfoque biológico, com fundamento nas diferenças de sexo, efusivamente utilizado até então, nos estudos sobre mulher.

Cabe ressaltar que o termo “gênero” apresenta-se como representação do significado que a sociedade atribui a valores, normas, representações, símbolos que a sociedade constrói e elabora a partir da diferença sexual anatômica fisiológica. Como bem fala Scott (1992, p.65), a emergência da história das mulheres como um campo de estudo envolve, nesta interpretação, uma evolução do feminismo para as mulheres e daí para o gênero; ou seja, da política para a história especializada e daí para a análise. É oportuno lembrar que o novo enfoque “gênero” dado aos estudos e buscas envolvem o entendimento das relações de gênero na sociedade trazendo também, subentendidas em seu âmago, questões de poder (VIEIRA, 2001, p.54).

Enfatiza-se que estão propostas no projeto, ações de reflexão e de assessoria à mulher em situação de violência, assessoria essa que será enriquecida, com a atuação dos acadêmicos do Curso de Direito da unidade local. O projeto compreende o planejamento de ações de intervenção da realidade constatada, ações as quais poderão envolver grupos sociais vulneráveis na realização de oficinas, rodas de conversa, atendimentos individuais, seminários, fóruns, entre outros. Propõe ainda, a participação na formulação, manutenção e fiscalização de Políticas Públicas de Gênero, em nível municipal, estadual, nacional e internacional.

Assim, espera-se que o Núcleo proposto, oportunize estudos e reflexões através de encontros, espaços plurais e democráticos de discussões, de parcerias/redes e de aproximação, reunindo a academia, a sociedade civil e atores governamentais democratizando a questão de gênero no município, na região, no estado, no país e fora dele.

 

Referências:

-UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES. Núcleo interdisciplinar de estudos e assessoria sobre  gênero. Projeto de Extensão. URI/São Luiz Gonzaga.2017.

-SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. Porto Alegre. 1990.

-VIEIRA, Sonia Bressan. As Organizações de Mulheres no Rio Grande do Sul. Dissertação de Mestrado. UNISINOS/RS. 2001.

 

 


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