Na noite de quinta-feira, 24 de novembro, os acadêmicos Karine Rhoden, Letícia Schmitt e Márcio de Moura Reolon, juntamente com o coordenador do Curso de Ciências Contábeis Prof. Ms. Cirino Calistrato Rebello, participaram da Semana da Consciência Negra promovida pela URI São Luiz Gonzaga, motivando um momento de discussão à cerca da necessidade de combater as atitudes de racismo na sociedade.
O tema abordado, em um jogo de perguntas e respostas entre os acadêmicos, propiciou a reflexão referente à Lei nº 11.711 que dispõe sobre a cota de vagas ofertadas para alunos negros ingressarem no Ensino Superior, uma questão que ainda se faz polêmica no Brasil.
Durante sua fala, os acadêmicos esclareceram algumas incertezas a respeito da Lei, como por exemplo, quais são as instituições que devem oferecer as cotas, qual a forma da seleção, quem pode candidatar-se às vagas, e como as mesmas são distribuídas. Também evidenciaram o fato de que o Poder Executivo deverá implementar, no prazo de dez anos, um programa de acompanhamento com o objetivo de avaliar a necessidade da continuação desta política.
Em seguida, os acadêmicos apresentaram mais uma sequência de perguntas e respostas. Dessa vez, o tema foi “Cotas raciais em concursos públicos”.
Em 10 de junho de 2014 entrou em vigor a Lei 12.990, que destina uma porcentagem das vagas de concursos públicos para negros e pardos, trazendo consigo um modelo de implantação que busca amenizar desigualdades sociais, econômicas e educacionais entre raças.
Acontece que até os dias de hoje persistem dúvidas entre os candidatos que pretendem sua chance no concurso público por este meio. A dúvida basicamente é: “Quem é considerado negro?”, “Posso concorrer à cota e à ampla concorrência?” “Qual o documento capaz de comprovar que sou negro (ou pardo)?”, entre outras dúvidas que são recorrentes sobre o assunto. Após o jogo de perguntas, Karine Rhoden e Letícia Schmitt finalizaram a apresentação com os seguintes trechos:
“E você é contra as cotas raciais? Sim? Então tente se imaginar sendo escravizado por séculos, vivendo em condições precárias e desumanas, sendo separados de seus filhos, pais e familiares. Chicoteados por desobediência e comercializados feito animais. Imaginou? Horrível não é mesmo? Então um dia, depois de séculos de sofrimento, você é libertado, porém não te oferecem estrutura alguma para seguir adiante, depois de explorado, você é largado sem dinheiro, sem nada. Pois é, este povo sofreu isso. E nós, brancos, fomos os culpados. Não importa se não foi na nossa época, carregaremos essa triste herança para sempre. Portanto, cotas raciais não são nem 1% da dívida que temos com eles.”
E citando uma frase do twitter do Túlio Vianna: “Se você acha que o Brasil não precisa de um Dia da Consciência Negra, desculpe-me informar-lhe, mas foi pra você que este dia foi criado.”
O coordenador do curso agradeceu a presença dos que estavam assistindo a apresentação e aos organizadores da Semana da Consciência Negra na Uri São Luiz Gonzaga. Destacou ainda, que devemos sempre lutar para acabarmos com essas desigualdades e preconceitos que perduram na nossa sociedade.
Deixe um comentário