DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E AS BARREIRAS ATITUDINAIS NA CONTEMPORANEIDADE
O que podemos fazer para contribuir no processo de superação destas barreiras?[1]
Samuel Munhoz, Andriéli Salbego, Nathália Figueiredo,
Renata Machado, Thaís de Souza[2],
Lizandra Andrade Nascimento[3]
Na contemporaneidade, ainda são relatados casos de segregação escolar, comumente praticada por alunos contra alunos com deficiência (LIMA, 2012). Especificamente, no que concerne à deficiência intelectual, cabe considerá-la como quadro em que a inteligência e o conjunto de habilidades gerais (conceituais, sociais e práticas) situam-se abaixo da média. Manifesta-se antes dos 18 anos de idade e em âmbito nacional, acomete mais de 2 milhões de indivíduos no Brasil (GSTATISC, 2016).
Apesar de uma alta prevalência no Brasil de pessoas com deficiência intelectual, encontramos empecilhos para estas pessoas frequentarem o âmbito escolar, devido a barreiras atitudinais que são perpetuadas na e pela ação da escola. Nem vamos abordar o aspecto arquitetônico, pois podemos modificar um ambiente sem acessibilidade mais facilmente do que reformular uma concepção já estereotipada e consolidada com preconceito.
Vale ressaltar que as barreiras atitudinais são consolidadas ao passar dos séculos, incluindo atitudes como o assistencialismo superprotetor do professor, a baixa expectativa em relação ao aluno com deficiência, a segregação, a comparação e o modelo concretizado na história de valorização do melhor aluno (MENDONÇA, 2013). A partir do direito constitucional à educação, cumpre salientar que o aluno com deficiência intelectual não vai à aula só para interagir socialmente, mas sim aprender.
Frente ao exposto, torna-se imprescindível a mudança do modelo escolar concretizado, bem como a transformação da sociedade em termos de postura diante das diferenças. Pessoas são diferentes e possuem tempos distintos para a construção do conhecimento, o que deve ser respeitado pela escola e demais instituições sociais.
Identificar as barreiras atitudinais supracitadas constitui-se como uma ação inicial relevante, pois favorece sua eliminação, cooperando para diminuir a exclusão social/escolar. Ao percebermos e analisarmos criticamente nossas atitudes, poderemos buscar meios de transformação individual e principalmente coletiva. Como a sociedade hodierna configura-se em rede, quando mudamos a nós mesmos, contribuímos para mudar o contexto. Dar o primeiro passo, superando os próprios preconceitos é imprescindível para construção de uma sociedade de fato inclusiva.
REFERÊNCIAS
GUEDES, Lívia “Barreiras Atitudinais nas Escolas de Ensino Superior: Questão de educação e empregabilidade” 271 f.: il. ; quadros. Dissertação Mestrado Universidade Federal de Pernambuco, 2007.
LIMA, Francisco “Barreiras atitudinais: obstáculos à pessoa com deficiência na escola” [Internet] 2012.
MENDONÇA, Ana “Escola Inclusiva: Barreiras e Desafios” Revista Encontro de Pesquisa em Educação Uberaba, v. 1, n.1, p. 4-16, 2013.
[1] Texto elaborado na aula de Psicologia, no Curso de Fisioterapia, da URI – São Luiz Gonzaga.
[1] Acadêmicos do 7º Semestre do curso de Fisioterapia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões. E-mail: samuel.munhoz9@gmail.com
[1] Doutoura em Educação (UFPel). Docente da URI-SLG. E-mail: lizandra_a_nascimento@yahoo.com.br
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