Através de transmissão digital, a ACI e a URI-SLG realizaram quinta-feira a partir das 19h, o 16º Seminário “Indústria: do Sonho à Realidade”. O evento teve um público de 78 pessoas, em sua maioria estudantes dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da URI-SLG.
Esse seminário, criado pela Associação Comercial e Industrial, teve sua primeira edição em maio de 2005 e se realiza sem interrupção ao longo desse período, sempre no mês de maio, quando se comemora, no dia 25, a data alusiva à Indústria, em nosso calendário de datas alusivas.
Ao longo de 16 anos, foram apresentados cerca de 50 ‘cases’ de indústrias dos ramos de alimentação, têxtil, moveleiro, metalúrgico, limpeza e higiene, com predominância de empreendimentos da região. Muitas histórias de sucesso foram contadas de indústrias que começaram de forma artesanal e conseguiram se impor em seu ramo de atividades. Os caminhos percorridos foram desafios, vencidos pela persistência e a vontade de vencer, com projetos próprios. O Seminário que a ACI realiza, com o apoio da URI-SLG visa passar a empreendedores essa ideia de que um projeto se torna viável, quando estamos convencidos disso e disposição para enfrentar os desafios, que estão presentes em tudo que se faz.
Coopatrigo
A primeira palestra foi do presidente da Coopatrigo, Paulo Cezar Vieira Pires. Em sua palestra registrou que a Coopatrigo instalou as unidades industriais da entidade junto ao distrito industrial de São Luiz Gonzaga, com destaque para o beneficiamento do arroz e a produção de rações balanceadas. Outros produtos são beneficiados, mas em pequena escala. Pode ser, quem sabe, uma etapa de aprendizado com cada produto, para ações futuras.
Paulo Pires informou que o beneficiamento de arroz será duplicado, para 50 mil fardos/mês. Para isso, será feito investimento de R$ 2 milhões. E a fábrica de rações balanceadas trás investimento que permitirá aumentar a produção para 1.500 toneladas/mês. O arroz tem mercado regional e excelente aceitação em São Paulo e Minas Gerais. E as rações têm mercado na Fronteira Oeste, especialmente nas propriedades que produzem bovinos de corte.
O presidente da Coopatrigo citou que o seguimento industrial da Cooperativa tem o nome de Orestes Alves do Amaral, primeiro presidente da entidade e empreendedor nato, que muito contribuiu para o desenvolvimento de São Luiz Gonzaga. Citou ainda Carlos Prado, um dos fundadores do Frigorífico São Luiz S/A., como um exemplo de empreendedor e líder de empresa.
Paulo Pires destacou que a modernização dos sistemas de produção deve ser um programa permanente, ideia que se aplica a todos os negócios. Em relação à Coopatrigo, disse que ainda são necessários investimentos em armazenagem de grãos, para cobrir 30% de necessidades no setor.
Exemplo de ação conjunta de várias cooperativas, foi a criação da CCGL – Cooperativa Central Gaúcha de Leite – informou Paulo Pires, instalada em Cruz Alta. A Coopatrigo é uma das entidades cooperativas que tem associados como fornecedores de matéria prima. A CCGL atende o mercado interno e externo.
O presidente da Coopatrigo ainda registrou que este é o ‘momento da verticalização’ nos negócios, aplicando muita tecnologia . Em relação a São Luiz Gonzaga disse que, embora o crescimento industrial ainda não seja o esperado, o agronegócio atrai para nossa cidade várias empresas vinculadas a esse setor, o que tem oferecido resultados para o crescimento da economia local.
Paulo Pires fechou seu depoimento dizendo que seu maior objetivo, este ano, é chegar a R$ 2 bilhões de faturamento na Cooaptrigo em 2021.
Fabiano Schneider, gerente de produção da Kepler Weber, indústria que tem sua raiz em Panambi, foi o segundo palestrante da noite no Seminário da Indústria. Essa empesa está entre as maiores fornecedoras de estruturas de armazenagem e equipamentos para uso agrícola. A sede em Panambi está instalada com 55 mil m2 de área construída, em Campo Grande suas instalações ocupam 33 mil m2. A sede administrativa em São Paulo, que se tornou necessária para atender um mercado que alcança todo o Brasil, cuida os negócios da empresa.
Informou que no Brasil se armazena nas fazendas 16% do que produz, enquanto no Canadá esse índice aumenta para 80%. O mercado tem esse perfil e o projeto de produção industrial da Kepler Weber leva em conta essa informação.
Disse que a produção agrícola cresce a cada ano e a armazenagem não acompanha esse ritmo. Em consequência cresce um déficit que precisa ser administrado da melhor forma possível.
Atualmente a Kepler Weber produz armazenagem para 5 milhões de toneladas de grãos. E para dar atendimento a clientes em todo o Brasil, a empresa instalou cinco centros de distribuição de peças e de disponibilização de servições de manutenção qe cobre todas as regiões onde tem armazéns implantados.
Fabiano Schneider disse que a ‘menina dos olhos’ da Kepler Weber, no momento, é a ‘Plataforma Digital’, sistema de armazenagem 4,0, que opera de forma remota e em breve será uma unidade inteligente, totalmente autônoma.
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